quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

A dança da Vida

Biodanza


De origem chilena criada por Rolando Toro. Ele observou atentamente a natureza e o sofrimento humano e inconformado com o "não olhar o outro", criou algo que nos resgatasse.

É um sistema que abrange o ser humano em sua totalidade, integrando-o. Ela alcança então a sua vitalidade, a sexualidade, a criatividade, a afetividade e a transcendência.

Estamos saudáveis quando estamos integrados. Trabalhando além da nossa integração, nossa afetividade, estamos melhorando nossa saúde.

Através das minhas relações com o outro é que descubro a minha própria identidade e a minha missão nesta vida. E aqui vai um parênteses, como é difícil isso!

Quando não estamos no caminho certo para viver quem realmente somos, nos sentimos mal e começamos a adoecer. Este é, portanto, nosso indicador interno se estamos fazendo o certo para nós mesmos. Quando estamos fazendo o correto para nós, sentimos um bem estar muito grande.

Com a Biodanza consegue-se uma reeducação afetiva, isto é, aprende-se a olhar nos olhos, escutar o grito de sua alma, tocar o outro com cuidado, aceitar o diferente e respeitá-lo.

A Biodanza era inicialmente definida como a dança da vida, uma vez que tudo no Universo se move e o que não se move está aparentemente morto. Na verdade, a Biodanza traz o prazer de estarmos vivos.

Ela propõe a alegria de viver e a possibilidade do encontro com o outro, a conexão com o outro dentro de uma visão de sacralidade, de poesia.

Olhar nos olhos do outro, abraçar, tocar é curativo. E o amor é a sua estrela-guia.

A partir do momento que estamos integrados e vivos, partimos para acolher os outros e recebemos esta nutrição amorosa também.

A Biodanza é na verdade, uma forma de fazermos parte de um mundo melhor e de incluirmos os outros neste mundo.

Eu escrevi este texto teórico há dois anos em São Paulo e o deixei ali , por algum motivo, arquivado nos rascunhos do blog. Na época não tinha idéia do real benefício da prática. Hoje numa manhã chuvosa e fria de Coimbra, mas inspiradora eu retomo o texto com propriedade e segurança de quem pratica a Biodanza atualmente.

Posso dizer que mais do que resgatar a criança dentro de mim, descobrir a alegria de dançar com a alma, encontrar-me comigo mesma, perceber as necessidades no meu corpo, entender o que me move, foi no encontro com o outro,  ao espelhar-me nos seus movimentos que me descobri de verdade. 

Incorporei movimentos do outro nos meus que me inspiraram e que me faziam falta.  Retirei da energia criada entre nós a força interior criativa para prosseguir.

A vida continua com suas dificuldades e desafios na mesma, mas aprendendo a dançá-la tudo fica mais leve, mais ritimado, mais encantador.