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quarta-feira, 13 de maio de 2015

Zinco é tudo de bom!

 Será que tenho deficiência de Zinco?


  Se você se sente muito cansado, com muita irritabilidade, temperamental, anda tendo muitas infecções, os cabelos estão caindo, com o desempenho sexual fraco, a pele com muita oleosidade ou espinhas, infertilidade, então você pode estar com deficiência de Zinco.
  Algumas crianças apresentam desde a mais tenra idade deficiência congênita de Zinco por um defeito na absorção de Zinco no trato gastrintestinal. Estas crianças têm os cabelos fracos, quebradiços, sem viço, muita descamação na face e ao redor dos orifícios como a boca, dermatite na área das fraldas. Ainda, muita irritabilidade. Esta doença é chamada de Acrodermatite Enteropática.
  Mas indivíduos adultos podem apresentar esta deficiência de Zinco por uma dieta inadequada.


 Funções do Zinco

  O Zinco é um elemento traço essencial para o corpo humano. As crianças necessitam de 3 a 7 mg de Zinco por dia, homens de 10 mg e mulheres 7mg de Zinco ao dia. Gestantes e lactentes 11mg ao dia. Em casos de deficiência congênita estas necessidades são bem maiores.
  Ele atua sobre cerca de 300 enzimas do nosso corpo. Uma de suas funções é estimular nosso metabolismo. A sua carência pode levar a um metabolismo mais lento e uma dificuldade de perder peso.  Algumas enzimas responsáveis pela produção de proteínas necessitam de Zinco e, portanto a construção de músculos, processos de cicatrização, sistema imunológico, pele e mucosas podem ser afetados.
  A pessoa carente de Zinco pode apresentar os três Ds: Diarreia, Dermatite e Dor na boca. Além disso, acne, dificuldade de cicatrização e muitas infecções. Em crianças a sua carência pode levar a um atraso no crescimento.
  Qualquer um pode estar sujeito a esta deficiência e muitos acreditam ser um problema dos vegetarianos, porque o Zinco de origem animal é melhor absorvido do que o  a partir de fontes vegetais. Isto não é verdade. A deficiência de Zinco decorre de um ato de alimentar-se de forma errada.
  Quando o Zinco é reposto na dieta, os cabelos agradecem e param de cair após um a três meses.
  O Zinco ajuda nos processos de desintoxicação do corpo, por exemplo, ao álcool, a metais pesados e na luta contra os temidos radicais livres que causam o nosso envelhecimento.
  Ele é um potente antidepressivo porque é um componente da enzima que entra na produção da serotonina.
  Mesmo na melhor terceira idade, ele colabora para a saúde mental e neurológica. Pacientes com Alzheimer e Parkinson têm níveis baixos de Zinco. Muitas vezes falta também a vitamina D, ácidos graxos ômega três e magnésio, mas começar repondo o Zinco é tudo de bom!
  O Zinco é parte da forma de armazenamento da insulina e muito importante para os diabéticos. Estes pacientes com níveis baixos de Zinco podem apresentar níveis altos de pressão arterial, triglicérides e doença do coração. Ainda, têm dificuldade maior para cicatrizar feridas.
  A falta de Zinco afeta a fertilidade. Diminui a contagem de espermatozóides e a mobilidade deles.
  As gestantes também precisam muito do amigo Zinco, sem ele podem ter mais sangramento após o parto.
  Muitas drogas podem reduzir os níveis de Zinco como medicações para abaixar a pressão, antiácidos, anticoncepcionais, ciclosporina Ainda, cortisona, diuréticos, remédios para o colesterol, tetraciclina e quelantes como o EDTA. Não são só os medicamentos que diminuem o zinco, o álcool também aumenta a sua excreção pela urina. Doenças crônicas como alergias, artrite, diabetes, doença renal, diarreias e  infeccções também.
  Há ainda um distúrbio metabólico chamado de cryptopyrroluria onde a pessoa perde Zinco, Manganês e vitamina B6 pela urina. Pode apresentar-se com enxaquecas, mudanças de humor, fadiga, problemas de concentração, tontura, sono, problemas oculares, alergias e intolerâncias alimentares.


 Onde encontramos o Zinco?

  É normalmente encontrado nos produtos à base de carne e queijo (2-5 mg/100g), cereais(2-4 mg/100g), leguminosas(3,5mg/100g), ostras(8mg/100g), semente de abóbora(7mg/100g), semente de linhaça, de papoula. Frutas e legumes, no entanto têm pequenas quantidades de zinco (0,1 a 1 mg por 100 g).  Eu pessoalmente prefiro as verduras e frutas a comer 100 gramas de sementes de papoula... Mas não é só consumir alimentos com Zinco. Alguns alimentos como a caseína do leite impedem a sua absorção. Nos vegetais e cereais é o ácido fítico que se liga ao zinco e reduz sua absorção. Assim fica difícil, não é?


 Então como melhorar a absorção do Zinco dos vegetais?

  Basta deixar as leguminosas e oleaginosas de molho na água várias horas antes do consumo até germinarem. O processo de germinação ativa a enzima fitase que reduz o ácido fítico. Assim ele não se liga ao Zinco que é melhor absorvido. Para os cereais isto fica complicado, mas já existem flocos de mudas para venda no comércio de orgânicos.
  O cozimento também reduz o teor de zinco, então o correto é jogar a água fervente e não deixar ferver junto com o alimento ou fritar. Farinha e arroz integrais contem mais zinco do que as brancas e arroz polido.

  Um exemplo de dieta com quantidade de 13,6 mg de Zinco:


Café da manhã: Muesli:

50g de aveia embebida em água em 10g de linhaça à noite
20g de amêndoas ou castanha de caju
15g de frutos secos
100g de frutas frescas


Almoço-Smoothie verde:

100g de espinafre
100g de frutas
10g de pasta de amêndoas brancas
Água necessária.
100g Quinoa
100g brócolis
100g cogumelos


Lanche:

30g de sementes de abóboras

Jantar:

100g de pão integral com sementes de girassol
100g de abacate

Se for necessário repor o Zinco através de pílulas o ideal é o Zinco quelado, ou seja, ligado a um aminoácido a glicina, para ser melhor absorvido . O ideal é tomar à noite com um copo de água.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Depressão e Alimentação

Depressão têm relação com a flora intestinal?


  A serotonina é conhecida como o hormônio da felicidade. Quando seus níveis estavam baixos podia surgir a depressão. Os antidepressivos tinham o papel de impedir a degradação e a recaptação da serotonina no cérebro para elevar seus níveis.
  Por um bom tempo nos foi dito que o desbalanço químico de serotonina, norepinefrina e dopamina no cérebro causariam a depressão e outros transtornos mentais. A indústria farmacêutica teve um papel fundamental na difusão desta ideia, uma vez que arrecada cerca de US$ 10 bilhões só nos Estados Unidos com a venda de antidepressivos. Estudos novos demonstraram, porém, pacientes com depressão com níveis anormalmente altos de serotonina e norepinefrina e outros sem depressão com estes níveis baixos. A depressão, então, não seria apenas uma doença, mas um sintoma de algo maior no organismo. Isto é, a depressão seria um sintoma de um processo de inflamação crônica.
  Durante uma inflamação são liberadas várias substâncias chamadas de citocinas. Como exemplo de citocinas inflamatórias temos o TNF-α(fator de necrose tumoral), IL-1(interleucina), IFN-ɣ(interferon) que podem desencadear quadros psiquiátricos. Por outro lado, drogas antidepressivas reduzem estas citocinas inflamatórias.

Então se é a inflamação que causa a depressão, o que causa a inflamação?


  A nossa dieta e estilos de vida modernos são fatores para desenvolver a inflamação.
  Alimentos como açúcar, farinha refinada, gorduras oxidadas, gorduras trans, conservantes, aditivos, agrotóxicos além de outros geram este processo inflamatório. Já gorduras ricas em ácidos graxos ômega-3, ômega-6 e 9, comidas fermentadas e fibras não digeríveis são capazes de reduzir a inflamação.
  A obesidade é outro processo inflamatório que estaria ligado à depressão. O stress desencadeia a liberação das citocinas inflamatórias como TNF-α e IL-1. A privação de sono crônica também é outro fator de depressão. A deficiência de Vitamina D é outro fator porque níveis normais de vitamina D reduzem estas citocinas prejudiciais.
  Atualmente comenta-se que a nossa felicidade depende do nosso intestino.
  Quem imaginaria que distúrbios da flora intestinal na infância poderiam ser a causa de níveis baixos de serotonina no adulto?

Como a flora intestinal pode interferir nos níveis de serotonina no cérebro e inflamação no organismo?


  A flora intestinal significa o conjunto do todos os microrganismos que habitam o nosso intestino. Na verdade, a nossa flora intestinal repercute não só no cérebro, mas em todo o nosso organismo. Por exemplo, no desenvolvimento de alergias e intolerância alimentar, bem como no desenvolvimento de diabetes, desordens inflamatórias crônicas, obesidade e doenças autoimunes. Ela regula nosso apetite e a escolha dos alimentos que vamos comer.
  Atualmente acredita-se que ela seja responsável por doenças como o autismo e a depressão. Neste momento você deve estar se perguntando: Mas como isto é possível?
  Se pensarmos que a flora intestinal é responsável pela digestão e absorção de todos os nutrientes e substâncias vitais para o nosso organismo, bem como a manutenção da mucosa intestinal íntegra, formando uma barreira para a entrada de toxinas e metabólitos tóxicos que entram na corrente sanguínea, veremos o quanto ela é importante. Além disso, dela depende o funcionamento do nosso sistema imunológico.
  Logo após o nascimento, a flora intestinal desempenha um papel muito importante no desenvolvimento e amadurecimento do sistema imunológico e endócrino. Estes por sua vez, têm papel chave no desenvolvimento do sistema nervoso central.
  Quando a flora intestinal normal é substituída por bactérias nocivas, ocorre uma alteração da permeabilidade da barreira intestinal e substâncias como lipopolissacarídeos (LPS) são absorvidos e penetram na circulação, provocando a liberação de citocinas inflamatórias.
  Pesquisadores irlandeses demonstraram que uma flora alterada na infância afetava a produção de serotonina. Daí a importância em se defender o parto normal, a amamentação, o uso de probióticos na gestante e no lactente, evitar o uso excessivo de antibióticos para poder formar uma flora diversa e estável.
  Estudos mostraram que o uso de probióticos reduzia a intensidade de reações emocionais. Ratos de laboratório alimentados com probióticos respondiam de uma forma mais lenta ao stress. O mesmo estudo foi reproduzido em mulheres e as que recebiam probióticos por quatro semanas responderam de forma mais equilibrada e mais descontraída ao stress. Assim, descobrimos que não é só o stress que afeta o estômago e o intestino, mas os intestinos afetam o cérebro. Parece confuso? Estamos redescobrindo o que a medicina milenar tradicional Chinesa e a Ayrveda já tinham como um conceito definido.
  Concluindo, a nossa saúde fisica e mental dependem dos nossos hábitos alimentares.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Suplementos vitamínicos fazem bem ou mal?

 Melhorando a Nutrição


  Atualmente estamos longe de uma nutrição perfeita apenas pela nossa alimentação. Em primeiro lugar porque não temos tempo de ir ao mercado ou feira frequentemente e comprar os alimentos frescos, ou se o fazemos não sabemos quais são os melhores. E se sabemos escolher, às vezes não sabemos prepará-los e acabamos perdendo no preparo inadequado as suas fontes de vitaminas e minerais. Ainda, muitos estão contaminados por agrotóxicos ou são cultivados em solos pobres e não possuem verdadeiramente o que necessitamos. Além disso, nem sempre os alimentos saudáveis são gostosos ao nosso paladar.
  Os suplementos nutricionais são então uma opção para fornecer ao corpo o que ele precisa tão desesperadamente e que muitas vezes falta na nossa dieta.

 Quais os suplementos recomendados? Quais os que são realmente necessários? E o excesso deles faz mal?


  Geladeira e armários repletos de latas, garrafas e frascos e mesas cheias de pílulas de energia, suplementos, “shakes” milagrosos musculares e de emagrecimento não são sempre saudáveis.
  Vamos falar de alguns suplementos bons à nossa saúde. A vitamina D, por exemplo, é uma vitamina fantástica! Juntamente com Cálcio e vitamina K, mantém os nossos ossos e dentes fortes, além de proteger contra o sol no verão e no inverno contra resfriados e alergia. Mas o seu uso vem sendo exagerado e a sua tomada em doses muito altas sem estudos científicos confiáveis. O ideal seria manter os níveis de vitamina D no sangue perto de 30 ng/ml. 
  Felizmente, o nosso corpo produz a vitamina D com a ajuda de radiação solar na pele. Aí começa outra discussão entre os próprios médicos. Já atendi pacientes repletos de câncer de pele, porque o médico orientou tomar sol ao meio dia sem protetor, para aumentar seu nível de vitamina D.
   O câncer de pele é o mais comum na população em geral e seu número vem aumentando com os efeitos do sol. Então é preciso um pouco de bom senso. Nós vivemos num país ensolarado graças a Deus e só de andarmos até o trabalho já nos expomos a ele. Além disso, os protetores solares não bloqueiam totalmente a passagem dos raios do sol. Então um pouquinho de sol quase que diário nas mãos, pés pode já ser suficiente. 
  O que não devemos é nos expor ao sol sem filtro solar, porque mesmo em horas precoces da manhã às vezes o índice de ultravioleta pode estar muito alto em determinadas regiões. E se ainda assim a vitamina D no sangue estiver baixa, suplementamos com as famosas gotinhas.
  A vitamina K é encontrada em vegetais de folhas verde como espinafre, acelga e saladas. Ervas como salsa, cebolinha e vegetais como couve de Bruxelas e brócolis, bem como em ovos, grão de bico e pistache.
  O Cálcio é essencial não só para os ossos e dentes saudáveis, mas também para os vasos sanguíneos ajudando a manter a pressão arterial regulada e uma ação adequada de insulina. O cálcio também assegura a excitabilidade de células nervosas e musculares e também está envolvido na coagulação do sangue. 
  Um adulto tem a necessidade diária de 1000mg de Cálcio por dia. O leite e derivados são boas fontes de cálcio, mas algumas pessoas intolerantes à lactose ou à proteína do leite que não podem tomá-lo podem obtê-lo a partir de vegetais como o espinafre, acelga e ruibarbo. Mas o cálcio a partir destes vegetais pode ser absorvido apenas cerca de 5 a 8 por cento e estas pessoas podem precisar de suplementação. Esta suplementação de cálcio, porém, não pode ser em excesso porque pode desencadear cálculos renais.
  Outras fontes de cálcio vegetais podem ter maior biodisponibilidade e consequente maior absorção do cálcio como: grãos (feijão branco ou feijão fradinho) onde são absorvidos 20-25 por cento do cálcio. A batata doce chega a 22 por cento. O tofu (se preparado com sulfato de cálcio como um coagulante) é relativamente bem absorvido, isto é, equivalente ao dos produtos lácteos (31 por cento). 
  O tofu por sua vez nem sempre é delicioso, mas uma dica de uma receita simples pode ajudar. Amasse com garfo 300g de tofu e misture 1 colher de manjericão picado, salsinha, cebolinha, 4 colheres de azeite de oliva e sal. Esta pasta pode ser usada no pão ou na torrada.

segunda-feira, 6 de abril de 2015

PREBIÓTICOS: Alimentando as bactérias do bem

 Como ter bactérias do bem no meu corpo?

Salada de côco com chicória
  Uma flora intestinal saudável e equilibrada é formada através de uma dieta rica em prebióticos. Dietas deficientes em prebióticos podem causar a morte das nossas bactérias boas intestinais; é como se fossem o alimento para elas. Faltando este alimento as bactérias do bem morrem de fome e as bactérias nocivas aumentam em número. Assim, a flora intestinal entra em desequilíbrio e o nosso organismo pode ficar doente.
  Os primeiros sintomas da doença são as evacuações irregulares, tanto diarreia quanto prisão de ventre.
  Os prebióticos são em geral fibras alimentares.  Muitas dietas de emagrecimento são compostas apenas por proteínas. Se fizermos uma dieta rica em proteínas e pobre em fibras, ao invés da fermentação positiva dos prebióticos teremos uma digestão das proteínas. Esta digestão gera substâncias prejudiciais à saúde como um gás chamado de sulfeto de selênio, aminas, fenóis e indóis. Estes podem irritar as células intestinais além de causar sua mudança ou mutação com efeitos negativos para o sistema imunológico.
  Os prebióticos aumentam o número das bifidobactérias e bactérias produtoras de ácido lático (Probióticos). Os ácidos graxos de cadeia curta e o ácido lático são muito importantes tanto para a flora intestinal quanto para as células intestinais. Ambos diminuem o pH no intestino grosso(cólon), garantindo este meio ácido indesejável para as bactérias nocivas, além de fornecer energia para as nossas células. O nosso objetivo é então promover a fermentação destes prebióticos no intestino reduzindo a fermentação de proteínas.

 Como diminuir a fermentação de proteínas e aumentar a de prebióticos?

  Consumindo mais estas fibras e menos proteína animal.
  Desta forma estaremos liberando menos produtos tóxicos e diminuindo as bactérias nocivas ao menor número aceitável e aumentando as bifidobactérias. Estas bactérias do bem fornecem uma melhor digestão e maior absorção dos nutrientes.
  Quando o equilíbrio intestinal é restabelecido desaparecem os sintomas e problemas de saúde causados pelo mau funcionamento gastrointestinal.

 Onde encontramos estes prebióticos?

Alho poró

  Um alimento para ser classificado como prebiótico deve ser demonstrado que não é degradado no estômago ou absorvido no intestino. Deve ainda ser fermentado pelas bactérias do intestino e estimular o crescimento das bactérias benéficas.
  Os prebióticos são encontrados em certos alimentos com fibras não digeríveis como a Inulina que está presente na alcachofra, chicória, alho poró, cebolas e algumas raízes. Estes alimentos devem ser os mais frescos possíveis. Outro exemplo é um tubérculo chamado Yacon. Ele parece com uma batata doce, mas tem sabor e consistência de maçã. Pode ser consumido cru ou cozido e misturado à salada de batatas.
  No início do tratamento estes prebióticos podem causar inchaço e distensão na barriga, mas isto é temporário. Por isso devemos começar consumindo poucas fibras e aumentando aos poucos, à medida que as bactérias boas aumentam esta situação vai se regularizando e produzindo menos gazes.

Batata e Yacon

domingo, 29 de março de 2015

Existem bactérias boas?

 Disbacteriose


  Nós vivemos numa relação de simbiose com algumas bactérias específicas que habitam a nossa boca, intestino, vagina e pele. As bactérias boas para a nossa saúde são os lactobacilos e as bifidobactérias.
  Se alimentamos as bactérias nocivas ou matamos as bactérias boas e sobra mais alimento para as ruins, ficamos doentes. Estra condição de alteração das nossas bactérias habituais é a disbacteriose. Além da doença, estas bactérias podem dificultar o seu tratamento.
  Quando comparamos as bactérias de uma pessoa saudável com uma doente verificamos que as do doente estão alteradas, portanto, a doença ocorre com a disbacteriose intestinal. Indivíduos obesos também apresentam bactérias diferentes das dos indivíduos com peso normal.


O que esta alteração das bactérias pode causar?

  Cada bactéria tem uma necessidade particular para sobreviver e se multiplicar. Algumas precisam de meio ácido, outras de meio alcalino, algumas de muito oxigênio e outras de pouco oxigênio, assim como os diferentes animais e seus meios ambientes. Assim, se um meio prevalece, uma determinada bactéria se multiplica. Uma pessoa irá determinar os diversos meios para diferentes bactérias no seu organismo dependendo de seu estilo de vida e alimentação. E isto refletirá no seu bem estar e saúde.
  As bactérias amigas (Probióticos) facilitam a digestão e absorção de nutrientes, melhoram nosso sistema imunológico e restringem o crescimento das bactérias E.coli nocivas que produzem toxinas.
  A parede do intestino normal deixa passar apenas os nutrientes e barra as toxinas. Nos casos onde houve esta alteração dos habitantes intestinais, a parede intestinal torna-se permeável a substâncias tóxicas que normalmente não seriam absorvidas. Elas atravessam a parede e ganham a circulação sanguínea chegando até os órgãos.  A partir daí surgem os quadros de alergia, intolerâncias alimentares, doenças crônicas intestinais, doenças reumatológicas, diabetes e até Alzheimer.
Tem início um processo de envenenamento do nosso corpo com os produtos tóxicos. Os rins, o fígado e o baço precisam trabalhar muito mais para eliminar estas substâncias. O fígado e o baço por sua vez sobrecarregados, podem não conseguir executar suas inúmeras funções como a de proteção imunológica.


O que pode desencadear esta alteração?

  O uso de antibióticos, por exemplo, para uma infecção na boca ou na pele pode alterar a flora da vagina e do intestino também.   O uso indiscriminado e prolongado de antibióticos por mais de três meses pode levar à formação de bactérias resistentes no paciente. E o pior é que pode gerar bactérias nocivas e resistentes nas pessoas próximas deste doente também. E assim cria-se esta guerra mundial contra as “superbactérias”.
  Outros fatores da nossa vida diária podem gerar esta mudança das bactérias como o stress crônico, o uso de hormônios e alguns anticoncepcionais, o flúor na água e creme dental, alto teor de açúcar e gorduras na dieta, dieta pobre em vitaminas e minerais, aditivos alimentares e corantes artificiais e resíduos de pesticidas nos alimentos.


Como reconstruir a nossa flora intestinal?

  Infelizmente as bactérias benéficas se recuperam de uma forma muito mais lenta do que as nocivas. Através de uma dieta rica em probióticos de boa qualidade como os Lactobacillus e Bifidobacterium específicos para cada pessoa podemos restabelecer o equilíbrio natural. Por exemplo, o Lactobacillus reuteri é bom para a saúde dentária, gestantes e nutrizes. O Lactobacillus helveticus é bom para infecção urinária ou por um fungo chamado de Cândida albicans. O Lactobacillus rhamnosus GG é usado no tratamento da dermatite atópica e muitos outros que iremos discutindo nas próximas publicações. Além dos probióticos falaremos dos prebióticos que são o alimento para estas bactérias do bem.

terça-feira, 24 de março de 2015

Queda de cabelo

O outono dos cabelos


 Os cabelos necessitam de vitaminas e minerais para seu crescimento saudável.
 Muitas pessoas apresentam após um “stress” uma queda visível dos cabelos. E “stress” pode ser tanto psicológico como físico, como uma doença, cirurgia ou dieta de emagrecimento. Esta queda dos cabelos, quando excluímos outras causas, é chamada de eflúvio telógeno. Isto porque grande parte dos cabelos passa da fase anágena (ou de crescimento) para uma fase telógena, onde os fios se desprendem facilmente de sua raiz e caem. Aí é aquele susto ao pentear ou lavar os cabelos: caem aos chumaços. É como se o organismo deixasse faltar nutrientes para órgãos que ele considera menos importantes como os cabelos e unhas e reservasse para os mais nobres. Se estivermos com nossos estoques de nutrientes baixos então, a devastação é pior. Mas não é preciso se desesperar, este distúrbio tem tratamento. Hoje vamos falar um pouco sobre o assunto.

Como melhorar a nossa nutrição para um crescimento forte e saudável dos cabelos?


Cabelos saudáveis necessitam de Selênio. Ele é um elemento que o corpo precisa em pequenas quantidades, mas é vital. Sua falta pode contribuir para doenças cardíacas e câncer, bem como a falta de crescimento do cabelo. Boas fontes de Selênio são as castanhas-do-pará, nozes, frutos do mar, aves e carnes vermelhas, grãos de aveia e arroz integral.
 O Iodo é outro oligoelemento que os cabelos necessitam, além de apoiar a função da tireoide. Peixes, algas e sal marinho são fornecedores de Iodo.
 O Zinco além de estimular os fios, colabora para a formação da queratina e colágeno, componentes da pele, cabelos e unhas. Além disso, controla a seborreia e oleosidade da pele e atua melhorando nossas defesas contra infecções. Fontes de Zinco são verduras de folha verde escura e nozes.
 Os ossos, dentes e folículos pilosos necessitam de Cálcio e Magnésio para crescerem. Sem uma dieta balanceada o organismo vai retirar este Cálcio dos ossos. Alimentos como amêndoas, nozes, gergelim, linhaça, painço, sardinha, ovos, carne, couve e espinafre são fontes de cálcio, além do leite e derivados. O Magnésio está presente nas plantas verdes.
 O Silício é imprescindível para a produção e manutenção do colágeno e tecido elástico. O silício realmente eficaz para nosso organismo é o orgânico, o mineral é pouco absorvido. Aveia, milho, arroz, cogumelos, cevada, trigo, cavalinha, frango, miúdos do frango como coração e moela são fontes de Silício. Pode ser formulado com o nome de Exsynutrisment ou Exselen.
 A Biotina além de aumentar o crescimento dos fios, controla a seborreia. As suas fontes são a gema de ovo, leite e fígado. Os cabelos são formados de 65 a 90% de proteínas, estas por sua vez são formadas por aminoácidos. Como exemplo, a Cisteína que compõe a queratina.
 Muitas vezes, porém, a dieta não é suficiente para fornecer nossas necessidades de vitaminas e minerais. O motivo é que muitos alimentos hoje são cultivados em solos pobres, deficientes em minerais. As plantas que crescem nestes solos também absorvem menos nutrientes. Os solos são muito utilizados para atender ao consumo elevado e as plantas são fortemente fertilizadas para permitir o cultivo de grandes quantidades. Estes fertilizantes impedem a absorção de oligoelementos do solo. Daí a procura cada vez maior por alimentos orgânicos. O seu custo alto, porém dificulta o consumo.

 Para uma boa saúde dos cabelos então precisamos prestar mais atenção na nossa alimentação, mas isto não é tudo. Procurar meios que nos aliviem do stress diário como praticar exercício físico ou uma atividade onde encontre distração e prazer como cultivar as amizades, pintar, cantar, dançar. Manter-se ativo e sociável pode transformar a nossa idade na melhor idade. 

quarta-feira, 18 de março de 2015

Alimentos Funcionais

Alimentos funcionais -pro e prebióticos


São alimentos que além dos benefícios que trazem por seu valor nutritivo, tem papel importante na redução do risco de certas doenças crônicas, aumentando a nossa qualidade de vida. Na verdade são alimentos conhecidos que fazem parte da dieta usual. Os alimentos funcionais não são alimentos enriquecidos com vitaminas e sais minerais.

A legislação americana (FDA) classifica os alimentos funcionais em cinco grupos: Alimento, suplemento alimentar, alimento para uso dietético, alimento-medicamento ou droga. A legislação brasileira define que o alimento tem propriedades funcionais boas à saúde, ao crescimento e desenvolvimento.
Exemplos destes alimentos são os probióticos, prebióticos e simbióticos.

O que são os probióticos?
Os probióticos são microrganismos vivos que irão agir sobre os nossos microrganismos habitantes intestinais resultando num aumento de resistência a infecções por patógenos. Ajudam a prevenir infecções gastrintestinais, melhora do sistema imunológico, melhor digestão da lactose em indivíduos intolerantes, alívio da prisão de ventre e melhor absorção dos nutrientes da nossa dieta. Ainda, há estudos que mostram a melhora de quadros alérgicos, infecções urinárias das mulheres, melhora dos níveis de gordura no sangue e até da pressão arterial.
Os iogurtes e leites fermentados são exemplos destes alimentos com probióticos.


E os prebióticos?

Os prebióticos são alimentos não digeríveis como oligossacarídeos e fibras dietéticas. Eles mudam a atividade e a composição dos microrganismos que habitam o nosso intestino. Isto é, podem reduzir organismos vilões causadores de doença ou aumentar os bonzinhos.

Além disso,os  prebióticos melhoram a absorção de cálcio e até a redução do risco de câncer de cólon. A chicória é rica num prebiótico chamado de Inulina, ajudando a reduzir as gorduras no sangue e estabilizar os níveis de glicose, retardando doenças do coração e o diabetes. Outras boas fontes são: a cevada, a aveia e a polpa desidratada da maçã. Outros prebióticos chamados de FOS (Frutooligossacarídeos) podem ser encontrados nas alcachofras, aspargos, beterrabas, banana, alho, cebola,tomate,tubérculos  como o yacon.

Os simbióticos são a combinação dos probióticos com prebióticos num mesmo alimento.
Estes alimentos, porém devem ser consumidos nas quantidades certas para cada pessoa, porque podem aumentar o número de evacuações, flatulência ou causar distensão abdominal.