quarta-feira, 4 de março de 2015

Verruga Genital

Condiloma ou "Crista de Galo"?


O que é?

Condiloma
Fonte: Dr. Fernando C.

É a verruga que ocorre nas mucosas oral, genital ou anal provocada por mais de 100 tipos de vírus HPV (papiloma vírus humano). Pode ter uma cor rósea ou esbranquiçada, ser de vários tamanhos até lesões vegetantes como uma couve-flor. Em outras áreas de pele estes condilomas aparecem como verrugas comuns. A maioria das infecções pelo HPV nos homens e mulheres não dá sintomas e passa despercebida.


Como se pega esta infecção?

A sua transmissão pode ser por contato sexual ou contato direto com pessoas contaminadas. Ele se instala em mucosas como a boca, a região genital, que compreende colo, vagina, vulva e ânus nas mulheres e, nos homens, pênis, bolsa testicular e ânus. Nas mulheres alguns tipos de HPV como o 16 e 18 podem favorecer o aparecimento de câncer de colo de útero. Daí a importância de se fazer a sua pesquisa. Os exames realizados para a prevenção do câncer de colo do útero são o Papanicolau ou Citologia Oncótica que detectam já as lesões iniciais. Devem ser feitos todos os anos em mulheres dos 21 aos 65 anos.


Como fazer o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado com exame de biologia molecular através de Swab ( esfregar com uma espécie de cotonete) genital. Este revela a presença do DNA viral, mas não localiza as lesões. Para isto, é necessário fazer a genitoscopia. Se a pesquisa por Swab do DNA do vírus HPV for positiva e não há lesão, o paciente pode estar com infecção chamada de latente. Nesses casos ainda não está indicado tratar, mas se o exame der positivo para os tipos de vírus com alto risco para câncer de colo de útero é melhor eliminá-los.
Se o Swab genital para o DNA viral der negativo, não podemos garantir que o paciente não tem a infecção pelo HPV, pois, pode ter lesões genitais antigas pobres em DNA viral. O paciente não será diagnosticado e nem tratado, podendo transmitir o vírus silenciosamente. O melhor é repetir este exame 6 meses após para confirmar se continua negativo.
A  genitoscopia (peniscopia e colposcopia) que consiste na visualização da região genital com lente de  aumento  após a aplicação de ácido acético, permite enxergar melhor as lesões e suas características quanto ao tamanho, localização e extensão, além de poder tratar todas as lesões no mesmo momento.


Como tratar?

O tratamento é baseado no uso de substâncias químicas como o ácido tricloroacético, a podofilina; quimioterápicos como o 5 fluorouracil, interleucina. Imunoterápicos como o Interferon alfa e beta, imiquimod e retinóides. O Imiquimod é um creme imunomodulador, ou seja, faz o organismo eliminar as lesões, é indicado principalmente nas lesões externas à mucosa. O tratamento cirúrgico baseia-se na curetagem, retirada com tesoura, bisturi ou excisão com alça de cirurgia de alta freqüência e o Laser. Deve-se tratar não só a pessoa que apresenta as verrugas, mas também os parceiros sexuais e contatos dela.


E a prevenção da infecção?

Para a prevenção da sua infecção foram desenvolvidas duas vacinas contra os tipos de HPV mais comuns no câncer de colo do útero. Uma é a chamada de vacina quadrivalente, ou seja, previne contra quatro tipos de HPV: o 16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e 11, presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra, bivalente, é específica para os subtipos de HPV 16 e 18.
A vacina estimula a produção de anticorpos específicos para cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no local da infecção e a sua permanência durante um longo período de tempo. Esta vacina é comercializada no mundo desde 2007 e até o momento fala-se em cinco anos de proteção, necessitando de mais tempo e estudos para se determinar a duração real da proteção conferida pela vacina. A Anvisa recomenda a vacina para mulheres a partir dos nove anos , em especial para as que ainda não iniciaram sua vida sexual, para garantir maior eficácia na proteção. Homens entre nove e vinte e seis anos de idade, pelo risco de câncer anal, também recebem indicação da vacina.
A aplicação é feita em três doses por injeção intramuscular. Para a vacina bivalente é realizada a primeira dose, depois de um mês a segunda dose e, a terceira, após cinco meses da segunda. Já na quadrivalente, a segunda dose é feita apenas dois meses após a primeira e, a terceira, também seis meses depois da primeira.
No SUS a vacina quadrivalente é aplicada em meninas de 9 a 13 anos e o esquema é diferente: a segunda dose é aplicada seis meses depois da primeira e a terceira dose apenas após cinco anos da primeira. Para as demais pessoas, a vacina está disponível apenas na rede privada.
É importante ressaltar que a vacina não dispensa o uso de preservativos na relação sexual e não substitui a realização anual do exame de Papanicolau.

Sem comentários:

Enviar um comentário