sexta-feira, 28 de julho de 2017

Demência no idoso II


 Segundo um artigo na revista Food Technology alguns nutrientes protegem o cérebro do envelhecimento e o mantém em boa forma. Este processo de envelhecimento cerebral inclui desde a diminuição do pensamento crítico até uma demência e Alzheimer.



 Os primeiros alimentos protetores são os flavonoides do cacau. Estudos mostram a melhora da saúde do coração e da circulação e também da memória. Eles agem numa parte do cérebro responsável pela memória relacionada à idade.

Blueberry tem atividade antioxidante e antinflamatória. Ele contém antocianinas, componente polifenólico que confere ao blueberry sua coloração azulada e possui altos teores de antioxidantes. As antocianinas são consideradas os principais bioativos responsáveis pelos benefícios do mirtilo que aumentam a sinalização neural nos processos cerebrais. O cuidado é com altas doses que podem ser laxativas.

 As vitaminas B6, B12, ácido fólico e ômega 3 mostraram-se boas na prevenção da atrofia cerebral.  As vitaminas do complexo B estão presentes na banana, lentilha, batata, pimenta, peru, fígado, atum, levedo e cerveja. O ácido fólico é encontrado em verduras, frutas cítricas, feijões e grãos integrais. O ácido graxo ômega 3 é encontrado no salmão, óleo de linhaça e sementes de chia. Um estudo realizado em camundongos mostrou que a suplementação deste nutriente resultou na melhora da memória espacial, de localização e reconhecimento do objeto.

 A fosfatidil serina e o ácido fosfatídico podem beneficiar a memória, o humor e as funções cognitivas do idoso. Além disso, são usados para recuperação após exercício físico e reduzir a angústia e o stress. A fosfatidilserina é encontrada em todas as membranas celulares, mas principalmente nas células do cérebro. À medida que envelhecemos, a quantidade de fosfatidilserina em nossas células cerebrais diminui. Ela é encontrada em produtos lácteos e carne e a ingesta destes produtos também diminui conforme envelhecemos.

A Citicolina ou CDP-colina (cytidine diphosphate choline) é uma substância natural encontrada nas células do corpo que ajuda a melhorar a comunicação entre os neurônios, que além de melhorar a memória, protege o cérebro dos danos dos radicais livres, os causadores do envelhecimento. Ela é benéfica não apenas para a memória, mas também para aprendizagem, raciocínio lógico e foco de atenção. Doses muito elevadas da sua suplentação, porém podem causar efeitos ruins com náuseas, cefaleia, diarreia e insônia.

 A Colina, presente na gema dos ovos, é um aminoácido necessário para a produção de novas células e para a reparação das membranas celulares danificadas. As células nervosas são as que produzem maiores quantidades de membranas celulares e desta forma são as mais sensíveis à deficiência de colina. O seu consumo protege o cérebro durante o envelhecimento, prevenindo mudanças químicas que levem ao declínio cognitivo.

 O Magnésio, encontrado nas sementes de abóbora, girassol, amêndoas, acelga, abacate, soja, bananas e chocolate amargo também é eficaz no processo da memória.



 Uma suplementação de nozes na dieta de pacientes com mais de 65 anos na Holanda e Estados Unidos reduziu o risco de Alzheimer. As nozes são ricas em Vitamina E, Zinco, Magnésio, Cálcio e fibras, ajudando a reduzir o Colesterol LDL.

(vide demência no idoso I)

domingo, 2 de julho de 2017

  Histórias de Portugal



 Sábado de sol e céu azul, após duas semanas de céu cinzento coberto pela fumaça triste dos incêndios ocorridos aqui por perto. 

  Hoje o dia foi muito bom ao lado de duas pessoas muito queridas que não via há muito tempo: uma vinda do Brasil, outra da Itália para me visitar. 

  No meio do passeio no parque avistamos uma pomba que parecia completamente maluca. Andava dançando. 

  Então uma das minhas amigas foi ver o que havia: ela estava com as patinhas presas em algo. 

 Com a última paçoquinha vinda do Brasil na bolsa( e é sempre útil ter uma!) a amiga alimentava a pomba enquanto a outra( que diz não gostar nada de pombas) a pegou com tamanha destreza que eu não teria feito melhor. 

 Eu  segurava com uma mão o meu cão curioso, ou talvez querendo comer a paçoquinha (ou quem sabe a pomba?). Com a outra eu tentava desenrolar as patas presas numa linha muito espessa e forte. 

 E cada vez ficava mais difícil tirar, mais apertado. A todos os turistas que passavam eu pedia algo cortante em várias línguas e gestos bizarros. 

 Uma senhora conseguiu uma lima na bolsa repleta de cacarecos e nada. Nada cortava as amarras. 

 A pomba nos olhava assustada, mas confiava que estávamos ali para ajudar. Pelo menos eu preferia acreditar nisso. 

 Então eu avistei um grupo que fazia um lanche no parque numa gigante toalha florida estendida no chão. Pedi-lhes uma faca e eles me olharam assustados. Então expliquei que era para cortar uma pomba(a coisa piorou). 

 Dois homens se aproximaram com uma faca e um deles disse que ia cortar a pata da pomba. A amiga se assustou. Mas o homem era delicado na sua robustez. 

 Finalmente cortou as cordas, poupando os longos dedos da pomba muito semelhantes aos dos humanos. E a pomba voou livre. 

 Então nos convidaram insistindo a participar do lanche. Nós havíamos acabado de almoçar e tanto que comemos que não iríamos jantar neste dia ou talvez nem no próximo. 

 Mas eles eram tão simpáticos e acolhedores como só os portugueses conseguem ser que tivemos que comer uns bolinhos e docinhos mil. 

 A conversa correu solta e soubemos que era um grupo que tinha se conhecido na internet, vindos de várias cidades de Portugal e nenhum mesmo de Coimbra. 

 A pomba nos uniu todos naquele lanche gostoso numa tarde bonita de Portugal.