sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Onde reencontrar a sua vida

Onde reencontrar a sua vida


Você acorda de manhã sem vontade de se levantar da cama e recomeçar um novo dia. Toma o café sem perceber o quê está comendo e se veste no "automático" e sai para trabalhar.

O céu está cinza, o ar muito seco e a garganta dói. A voz não sai direito há mais de dois meses e nenhum médico descobre o porquê.

Fica parado no congestionamento por horas e sabe que não tem jeito: vai se atrasar e haverá reclamações.

No caminho, os músculos vão ficando mais tensos e as dores no corpo aumentam. Conclusão: mais remédios para conseguir enfrentar a jornada.

Mas um dia a vida lhe traz uma grande e inesperada mudança. Você precisa viajar para o outro lado do Atlântico e ajudar a resolver uns problemas do filho que lá se encontra.

A viagem não é fácil. Logo que entra no avião, o primeiro aviso do piloto é de que farão uma rota nova, porque há um furacão neste momento no caminho.

São mais de dez horas encolhida na classe econômica entre aperte os cintos e turbulências.

Mas afinal chega ao seu destino. Cansada da viagem mal dormida, não tem nem tempo de descansar e deve carregar as malas, fazer mudança, arrumar o local onde vai se instalar.

Tudo é novo. As regras e leis são novas e você deve aprender a se ambientar.

Pega um ônibus, que se chama auto-carro, errado e dá a volta na cidade toda. Mas não fica nervoso, ao contrário, espera pacientemente e começa a observar ao redor.

As pessoas se cumprimentam dentro do ônibus, sorriem e querem se ajudar.

Uma senhora de idade se levanta para outra mais debilitada ainda se sentar. Um conhecido do trabalho pergunta sobre a família do colega. O motorista informa com tranquilidade o caminho ao estrangeiro que não fala bem a língua. 

Olha pela janela e percebe o céu num azul tão claro como nunca tinha visto. O ar não está poluído e a garganta não está mais sufocada.

Mesmo sem saber onde desceu do ônibus, caminha sem pressa, percebendo os detalhes do lugar. Um gato que olha da janela atento, as crianças que brincam de super-heróis na escola, as flores numa varanda cuidada com esmero. 

Quando vai ao mercado conversa com as pessoas que plantaram e colheram o alimento. E esta comida tem outro sabor. Sabor do amor que estes pequenos agricultores colocaram na sua colheita. E come saboreando a cada pedacinho sentindo que este alimento natural tem poder de cura. 

Dia-a-dia conhece gente boa e volta a acreditar que se pode confiar nas pessoas.

Aos poucos vai abandonando tantas medicações e percebe que está apaixonada por este lugar. Lugar aonde nunca pensou ir nem existir. Enfim chegou ao que a alma chama de lar.

A experiência de uma nova realidade trouxe consigo um novo estilo de vida, uma nova alimentação, sentimentos, ideias e comportamentos renovados. Eu passei a ter consciência do meu próprio ser e das minhas verdadeiras necessidades.

Na verdade, não é preciso ir tão longe para ser feliz e sentir-se em casa. É preciso parar o que estamos fazendo e repensar nas nossas atitudes automáticas diárias. Muitas vezes este processo de cura física, mental e espiritual está muito perto de nós.

É necessário apenas tomar consciência de nós mesmos.

Viver e desfrutar da vida com olhares e comportamentos diferentes. Prestar atenção às coisas pequenas que nos fazem felizes e não valorizar tanto as situações ruins. Criar novos hábitos alimentares, preparando nossa própria comida com carinho, procurando alimentos naturais e saudáveis com uma boa energia de cura. Por último, conversar e ouvir mais as pessoas.

Viva mais presente e consciente.

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