Condiloma ou "Crista de Galo"?
O que é?
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Condiloma
Fonte: Dr. Fernando C.
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É a verruga que ocorre nas mucosas oral, genital ou anal
provocada por mais de 100 tipos de vírus HPV (papiloma vírus humano). Pode ter
uma cor rósea ou esbranquiçada, ser de vários tamanhos até lesões vegetantes
como uma couve-flor. Em outras áreas de pele estes condilomas aparecem como
verrugas comuns. A maioria das infecções pelo HPV nos homens e mulheres não dá
sintomas e passa despercebida.
Como se
pega esta infecção?
A sua transmissão pode ser por contato sexual ou contato
direto com pessoas contaminadas. Ele se instala em mucosas como a boca, a região
genital, que compreende colo, vagina, vulva e ânus nas mulheres e, nos homens,
pênis, bolsa testicular e ânus. Nas mulheres alguns tipos de HPV como o 16 e 18
podem favorecer o aparecimento de câncer de colo de útero. Daí a importância de
se fazer a sua pesquisa. Os exames realizados para a prevenção do câncer de
colo do útero são o Papanicolau ou Citologia Oncótica que detectam já as lesões
iniciais. Devem ser feitos todos os anos em mulheres dos 21 aos 65 anos.
Como
fazer o diagnóstico?
O diagnóstico é realizado com exame de biologia molecular
através de Swab ( esfregar com uma espécie de cotonete) genital. Este revela a
presença do DNA viral, mas não localiza as lesões. Para isto, é necessário
fazer a genitoscopia. Se a pesquisa por Swab do DNA do vírus HPV for positiva e
não há lesão, o paciente pode estar com infecção chamada de latente. Nesses
casos ainda não está indicado tratar, mas se o exame der positivo para os tipos
de vírus com alto risco para câncer de colo de útero é melhor eliminá-los.
Se o Swab genital para o DNA viral der negativo, não podemos
garantir que o paciente não tem a infecção pelo HPV, pois, pode ter lesões
genitais antigas pobres em DNA viral. O paciente não será diagnosticado e nem
tratado, podendo transmitir o vírus silenciosamente. O melhor é repetir este
exame 6 meses após para confirmar se continua negativo.
A genitoscopia
(peniscopia e colposcopia) que consiste na visualização da região genital com lente de aumento após a aplicação de ácido acético, permite enxergar
melhor as lesões e suas características quanto ao tamanho, localização e
extensão, além de poder tratar todas as lesões no mesmo momento.
Como tratar?
O tratamento é baseado no uso de substâncias químicas como o
ácido tricloroacético, a podofilina; quimioterápicos como o 5 fluorouracil,
interleucina. Imunoterápicos como o Interferon alfa e beta, imiquimod e
retinóides. O Imiquimod é um creme imunomodulador, ou seja, faz o organismo
eliminar as lesões, é indicado principalmente nas lesões externas à mucosa. O
tratamento cirúrgico baseia-se na curetagem, retirada com tesoura, bisturi ou excisão
com alça de cirurgia de alta freqüência e o Laser. Deve-se tratar não só a
pessoa que apresenta as verrugas, mas também os parceiros sexuais e contatos
dela.
E a prevenção da infecção?
Para a prevenção da sua infecção foram desenvolvidas duas
vacinas contra os tipos de HPV mais comuns no câncer de colo do útero. Uma é a
chamada de vacina quadrivalente, ou seja, previne contra quatro tipos de HPV: o
16 e 18, presentes em 70% dos casos de câncer de colo do útero, e o 6 e 11,
presentes em 90% dos casos de verrugas genitais. A outra, bivalente, é
específica para os subtipos de HPV 16 e 18.
A vacina estimula a produção de anticorpos específicos para
cada tipo de HPV. A proteção contra a infecção vai depender da quantidade de
anticorpos produzidos pelo indivíduo vacinado, a presença destes anticorpos no
local da infecção e a sua permanência durante um longo período de tempo. Esta
vacina é comercializada no mundo desde 2007 e até o momento fala-se em cinco
anos de proteção, necessitando de mais tempo e estudos para se determinar a
duração real da proteção conferida pela vacina. A Anvisa recomenda a vacina
para mulheres a partir dos nove anos , em especial para as que ainda não
iniciaram sua vida sexual, para garantir maior eficácia na proteção. Homens
entre nove e vinte e seis anos de idade, pelo risco de câncer anal, também
recebem indicação da vacina.
A aplicação é feita em três doses por injeção intramuscular.
Para a vacina bivalente é realizada a primeira dose, depois de um mês a segunda
dose e, a terceira, após cinco meses da segunda. Já na quadrivalente, a segunda
dose é feita apenas dois meses após a primeira e, a terceira, também seis meses
depois da primeira.
No SUS a vacina quadrivalente é aplicada em meninas de 9 a
13 anos e o esquema é diferente: a segunda dose é aplicada seis meses depois da
primeira e a terceira dose apenas após cinco anos da primeira. Para as demais
pessoas, a vacina está disponível apenas na rede privada.
É importante ressaltar que a vacina não dispensa o uso de
preservativos na relação sexual e não substitui a realização anual do exame de
Papanicolau.